O primeiro dia de aula costuma ficar para sempre na nossa memória, não é mesmo? O meu foi trágico!
Tirando um pouco do exagero, entre mortos e feridos todos sobreviveram, o meu primeiro dia de aula não foi legal. Minha mãe na época tinha 3 filhos. Como ainda estava cedo, no caminho para a escola ela resolveu visitar minha avó. Quando deu a hora de irmos para a escola, ela simplesmente disse para meu irmão mais velho (10 anos!) me acompanhar. Morrendo de ciúmes da minha irmã (1 ano) que ficaria sozinha com mamãe, lembro que eu não queria ir mais na escola. Não sei o que me convenceu a ir, mas a contra gosto fui.
A escola ficava mais ou menos a 3 quadra da casa da vovó. Quando chegamos a 1 quadra, meu irmão avistou ex-coleguinhas do ano anterior e correu para o encontro deles. E eu? Ah eu fiquei pra trás é claro :P
Me lembro como se tivesse acontecido ontem. Aquela multidão desconhecida de pais e filhos indo para a escola e eu alí, andando como uma barata-tonta sem saber para onde ir. E muito menos onde achar a única pessoa conhecida, o meu irmão. Quando cheguei no portão da escola, que já tinha se fechado, eu comecei a chorar desesperadamente. Um pipoqueiro que depois se tornou meu amigo, ficou com muita dó de mim e percebeu que eu estava sozinha. A única frase que eu conseguia balbuciar era: "Eu quero meu irmão".
O pipoqueiro falou com o porteiro e este abriu para que eu fosse lá no meio de mais uma multidão desconhecida a fim de encontrar meu irmão. Mais uma vez a busca no meio de desconhecido não deu resultado. Sentei numa escada e me pus a chorar ainda mais. Não sei quanto tempo se passou, mas lembro que as crianças sumiram (foram para suas salas) e eu fiquei ali, sozinha.
Em seguida veio uma mulher e de forma seca e direta me levou para a secretaria e tentou arrancar de mim algo mais do que "eu-quero-meu-irmão". Nisto veio outra mulher, mais doce e mais simpática e conseguiu arrancar de mim o meu primeiro nome. Para minha sorte, eu era a unica garota da escola com o nome de Jaboticaba. E foi assim que ela conseguiu localizar o meu irmão que para minha felicidade veio me abraçar. Só lembro dele me dizer com uma voz doce e inocente: "Não chore Jaboticabinha, eu estou aqui com você".
Nunca fiquei com raiva do meu irmão. Eu de alguma forma entendia que não era responsabilidade dele, afinal, como eu, ele também era uma criança. Minha mãe diz que era para ver como antigamente era mais seguro e que não havia problemas de uma criança ir sozinha para a escola.
Mais de 30 anos se passaram e o Primeiro dia de aula voltou a fazer parte da minha vida. Só que desta vez o primeiro dia foi do meu doce Jaboticabinha. Sim, eu consegui encontrar uma creche. Agora, mais detalhes sobre o primeiro dia de aula do meu bebê eu deixo para o próximo capítulo, pois preciso alimentá-lo agora.
Beijocas e bom domingo (chuvoso)!
2 comentários:
OI Jaboticaba, o meu foi assim...
Tinhamos acabado de mudar do Paraná para Americana ( interior de São Paulo) minha prima me levou no prezinho e disse para umas otras coleguinhas, cuidem dela ta, porque ela veio da roça... rrsrs isso até virou piada entre a família, e é motivo de rirmos até hoje. Sempre que mando um e-mail eu assino Dani da roça Bjuss
É . terrivel a aventura de se ir a escola pela primeira vez. Eu lembro que meu filho Harijan, nunca queria que a primeira vez surgisse. A primeira vez não entrou na sala de jeito nenhum e eu o levei de volta para casa, na segunda ele foi para o trabalho comigo e na terceira e depois na quarta e quinta e sei la quantas vezes eu tinha que entrar na sala com ele no braço e deixa-los aos gritos com as professoras....a sorte era que a casa e trabalho ficavam nas proximidades do colegio(de freiras alemãs)
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