Jaboticaba Preta

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Uma mulher com coração de menina, tímida, extrovertida, corajosa, medrosa, criativa, sem noção, paciente, afobada, carinhosa, estúpida,entre outros adjetivos que surgem conforme o dia e a situação. Mas sou sempre filha, irmã, esposa e agora mãe!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O tarado

Essa semana que passou tive o controle semestral para ver a situação dos meus dentes. Aproveitei o raríssimo dia de sol que fez nessa terra e decidi ir de bicicleta, afinal, a consulta estava marcada para as 14 horas, não estava frio e não tinha vento. Perfeito!

Se arrependimento matasse....

No total são quase 40 minutos de pedalada. Da até para fazer em 25-30 minutos desde que o fôlego aguente. E é justamente fôlego que perdi completamente depois do parto e muito me fez falta.

Vocês acreditam em anjo do guarda? Eu sim! Eu já tinha pedalado umas poucas quadras de casa quando vi um rapaz perto dos 40 anos pedalando com duas meninas abaixo dos 10 anos. Sem mentira, foi como uma voz bem clara nos meus pensamentos me dissesse: "preste atenção, tem algo errado com essa pessoa" . Depois  de uns 15 minutos pedalando, eu entrei numa parte da ciclovia que só tem mato de um lado e via rápida para carros do outro. É um lugar que no escuro eu jamais iria passar sozinha.

De repente um ciclista começa a falar bem alto do meu lado e  demorei entender o que ele queria. Era o mesmo rapaz que vi anteriormente. Ele pedia informações de como chegar no centro da cidade. Eu lhe respondi e não é que o mala resolveu alugar meus ouvidos e a minha paciência? Por azar onde ele alegava querer ir era super perto de onde eu também tinha que ir. O mala tinha o sotaque carregadíssimo e a jaqueta preta típica dos marroquinos, mas desconfiei que não fosse um pois os marroquinos que conheci não prolongariam tanto a conversa com uma mulher.

Passados uns minutos, o que ele falava foi ficando incompreensível. Repetiu milhares de vezes que as holandesas não lhe davam a mínima e o desprezavam por ser estrangeiro. Ele começou a fungar enquanto pedalava. Eu já fui ficando com o coração na mão.   Pra piorar, não tinha como escapar. O papo já foi ficando mais direto, ele já estava com 35 anos, as irmãs todas casadas e com filhos grandes (as meninas devem ser sobrinhas então) e ele não arranja ninguém pra fazer sexo, estava  cansado de usar internet para esse fim. E disse que na Grécia as mulheres são muito difíceis. Estava aqui na Holanda a 6 anos e na 'seca'.

Chegou um momento que ele não se aguentou mais e disse: oh vocês brasileiras é que são muito sexy e boas de sexo. Mas como é que ele sabia que eu era brasileira?! (Dai lembrei de uma senhora grega que mora aqui perto e que quando minha mãe esteve aqui, bateu altos papos na rua. Seriam parentes?)

Você tem filhos?
Sim.
É separada? Pois não me importa se tiver filhos.
Não. Sou muito bem casada.

Dai ele começou a passar as mãos na minhas costas. Eu gelei de medo e disparei a pedalar mais rápido. O nojento desandou a falar que eu era muito atraente, que ficou louco desde o momento que me viu pela primeira vez. Disse que não queria mais esperar outra mulher pra fazer sexo e que por ele, me comeria ali na rua mesmo. Fungava como um loco no cio!

O pavor tomou conta de mim. Pedi proteção divina e Pedalei o mais forte que pude. Quando finalmente cheguei num ponto da ciclovia onde haviam pessoas e lojas, tomei outro rumo e sumi. Nunca passei tanto medo como naquela tarde.

Cheguei no consultório em cima do horário marcado e com os bofe de fora. Dentista olhou meus dentes em 5 minutos de consulta disse que uma obturação bem antiga estava solta e que iria trocar, mas em outro dia... Que raiva, passei o maior sufoco e teria que voltar outro dia.

Voltei ao consultório na quinta-feira, mas desta vez de transporte coletivo.

6 comentários:

Joaninha Bacana disse...

Gracas que nao aconteceu nada de ruim pra você, eu já tava com medo do final! A gente acha que por aqui nao acontece nada, mas tem que se cuidar, principalmente com tarados. E por sermos brasileiras, e estarmos acostumadas a ficarmos de antenas ligadas o tempo inteiro quando estamos na rua, eu acho que a gente tem um sexto sentido muito mais apurado para identificar essas situacoes!
Em estacionamentos eu também acho perigoso, e tento estacionar só em lugares especiais para mulheres (normalmente a seguranca é maior). E, no chaveiro das minhas chaves do carro, tenho um apito (just in case :-) ).
Beijos, e espero que as sequelas do susto passem logo :-(
Angie
P.S. Em Düsseldorf também me aconteceu algo que me deixou de joelhos tremiliques :-)
http://joaninhabacana.blogspot.com/2009/08/o-susto.html

Dani dutch disse...

Jaboticaba, que situação....!!!
Eu acredito sim em anjo da guarda e em proteção divina.
E como eles trabalharam nesse hora.
Graças a DEus não aconteceu nada com vc.
Aqui perto de casa, nem 1 km, tem uma ciclovia curtinha mas é subterranea, e faz uns 4 meses um estrangeiro também pegou uma menina, e isso aconteceu de noite.
Faz uns 10 meses, perto de casa tem uns parques, e um sujeito parou uma moça no meio do parque pra pedir ajuda, o argumento dele, era que a bicicleta dele estava quebrada.
Ele puxou ela para o meio do parque, e por azar dele, ela lutava box, e bateu muito nele e quando ele caiu no chão ela chamou a polícia.
Bjuss

Jaboticaba Preta disse...

Oi Joaninha. Fui lá no teu blog, li o que te aconteceu. Que coisa heim?

@Dani, pois é, esses dias passou num desses programas de tv o aumento dos casos de ataques contra mulheres nas ciclovias. Mas é aquilo, a gente sempre tem a esperança que o de ruim só vai acontecer com os outros. Todo cuidado é pouco.

Adriana disse...

Gente, que situacao horrivel!
Tem que entregar esse tarado pra policia!

Anita disse...

Gentem, to passada. Comecei a rir de nervoso desse tarado. O lance de passar as maos nas costas foi o fim. Eu queria quebrar a bicileta inteira nesse podre. Porque voce nao gritou coisas em portugues pra ele? SAFADO< CANALHA < PODRE < DEMENTE < BROCHA

Jaboticaba Preta disse...

Adriana e Anita, nesse tipo de situação eu sou uma banana! Fico meio que paralisada e não consigo raciocinar. O medo bloqueia qualquer ação. Odeio isso em mim. Mas por outro lado, como disse meu marido, a reação pode até ser pior. E se ele estivesse armado?
Em todo caso, fica o alerta para não baixarmos a guarda em qualquer lugar que estejamos.

Beijocas ;)