No Brasil, sempre estudei em escolas públicas. Meu pai coitado, com 6 bocas para sustentar, no auge da crise financeira no Brasil (anos 70 a 90 ....) não podia se dar ao luxo de pagar escola particular para os filhos. Então o trato era assim, todos os filhos estudaram em escola pública e todos os filhos tiveram cursos particulares pagos (inglês, computação, música, etc)
As escolas públicas que eu estudei tinham os mesmos professores que ministravam nas escolas particulares. Eles sim, verdadeiros heróis do ensino no Brasil, jamais faziam acepção na hora de transmitir conhecimento para seus alunos. Resultado, todos os filhos do Pai Jaboticaba passaram no vestibular na fase adulta.
E a hora da merenda? Da 1a a 4a serie estudei na mesma escola e lá trabalhava uma merendeira de mão cheia. Ela adorava fazer doces que as crianças na minha época amavam: cueca virada, sonho recheado com doce-de-leite, bolos de chocolate... eram a parte boa da primeira faze escolar heheh Depois a pobre faleceu e quem entrou no lugar só sabia fazer sopa e ruim que só. Dois anos depois mudei para uma outra escola que nem merenda tinha. Minha mãe, com obsessão por regimes, dizia que merenda entre uma refeição e outra estragava o apetite. Resultado, raramente comia na hora do intervalo.
Porém o que mais marcou minha vida escolar era o estado de calamidade das instalações físicas das escolas. As escolas onde estudei eram localizadas em bairros nobres da cidade, uma delas era coladinha ao cemitério, dia de finados era aquele cheiro de vela . Pintura? Que isso? "Bobeira , depois a molecada vai sujar tudo novamente chutanto bola na parede", diziam algumas pessoas. Vidros quebrados, carteiras e cadeiras destruídas. Várias vezes tive que sentar na mesma cadeira com outra coleguinha. Quadras esportivas, quando tinham, jamais tinham bolas, redes. A aula de 'educação física' se resumia em futebol para os meninos e 'hora de fofoca' para as meninas. E os banheiros?
Ahhh os banheiros.... deles eu tenho TRAUMA!! Não era só pavor que eu tinha da "Mulher de Algodão", também conhecida como "Loira do Banheiro", um fantasma que aparecia nos dias nublados e chuvosos e que 'atacava' os alunos dentro do banheiro. Os banheiros eram SEMPRE imundos! Meu .... eu na minha ingenuidade não entendia porque as paredes da porta do banheiro tinham uns rabiscos marrons. A claro, todos tinham que levar seu próprio papel higiênico, folhas de papel de caderno também resolviam o problema.
Desde o início do ano alguns fatos envolvendo escolas na Holanda fizeram com que eu voltasse ao meu passado escolar.... Mas isso vou falar na parte 2 do blog.
3 comentários:
Oi, Jabuticaba,
Você sabe que esta lenda urbana persiste até hoje?
Minha filha de 7 anos semana passada me contou que tem uma amiguinha que lhe conta estas histórias horríveis sobre a loira do banheiro....
Obrigada pela visitinha também!
Vou falar baixinho...eu ainda tenho medo :D heheh
beijocas
Olá tudo bem ?
Essa loira do banheiro também me assustava ... tinha até medo de ir ao banheiro quando não tinha ninguém ...
E sabe que vejo isso mesmo aqui na Holanda, as salas de aula sao muito diferente do Brasil, aqui desde de cedo as crianças ja sentam em grupinhos pra se acostumar a trabalhar em grupos, trabalha-se a criatividade desde de cedo... não sei também se porque sempre estudei em escola pública no Brasil, mas na minha epoca as coisas eram diferentes...
Bjusss
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